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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Poeta da Academia de Letras de Cacoal foi entrevistada pelo Lítero Cultural


A poeta Ana Clara Cabral de Souza foi entrevistada pelo produtor cultural, poeta e escritor Selmo Vasconcelos, publicada na coluna "Litero Cultural" do jornal Alto Madeira. Veja, a seguir, a entrevista.


QUINTA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2011

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - ENTREVISTA Nº 357

PEQUENA BIOGRAFIA
Poeta Ana Clara


Maranhense de Imperatriz, casada, tem uma filha e um neto. Atua na área de Advocacia e é professora de Direito da Universidade Federal de RO. É doutoranda em Direito Penal pela Universidade de Buenos Aires-UBA. É membro da Academia de Letras de Cacoal-RO e filiada à União Brasileira de Escritores. Possui publicações em vários sites literários, bem como publicações de artigos jurídicos.

PUBLICAÇÕES EM SITES

UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES-UBE
http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=1265

BLOG PESSOAL-FRAGMENTOS POÉTICOS
http://www.anaclarapoeta.blogspot.com

RECANTO DAS LETRAS
www.recantodasletras.com.br/autores/anaclaracabral

POETAS DEL MUNDO (site internacional)
http://www.poetasdelmundo.com/Poetas/1721/Ana%20Clara%20%20Cabral%20de%20Sousa

BLOCOS ON LINE
http://www.blocosonline.com.br/literatura/autor_poesia.php?id_autor=3129&flag=nacional

SITE DE POESIAS
http://sitedepoesias.com/poetas/anaclara


ENTREVISTA 
Poeta Ana Clara


SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever ?

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - Sou professora de Direito Penal da Universidade Federal de RO.

SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário ?

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - Eu sou do Maranhão. Talvez isso explique esse interesse pela poesia que o povo da minha terra acabou herdando dos franceses durante a ocupação em nosso Estado.

SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados ? 

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - Na verdade, o meu livro solo está pronto. Estou procurando uma editora e fazendo os últimos ajustes para publicação. Já tem nome: Emoções em preto e branco. Já participei de várias antologias, como “Poeta Mostra a Tua Cara”, “Cronistas, Contistas e Poetas Contemporâneos”, “Reflexões para bem viver” e “IX Coletânea Komedi”.

SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir poesia ?

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - A vontade de gritar em silêncio é o maior deles.

SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira ? 

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - São muitos. No Brasil temos grandes escritores.

Tenho uma admiração muito grande por Machado de Assis, notadamente por sua história de superação. Ele venceu várias limitações até ser reconhecido como o grande gênio da literatura e ser consagrado como o maior contista em língua portuguesa.
Tenho um carinho especial por Lima Barreto pois como ele, também trago comigo essa questão do patriotismo que ele tanto defendia.

Mas o meu poeta do coração é o maranhense Antônio Gonçalves Dias. Por ter sido o maior representante da fase áurea do Romantismo aqui no Brasil, exalta a pátria e a natureza como nenhum outro.

Por isso é que José de Alencar se referia a Gonçalves Dias como “o poeta nacional por excelência.”

Ele não pertence apenas ao Maranhão, mas a toda nação brasileira.

SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas ?

ANA CLARA CABRAL DE SOUSA - Eu diria a eles que sair das gavetas e ir de encontro ao leitor nos proporciona uma felicidade que não tem preço.


POESIAS 
Poeta Ana Clara



REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA

Buscando estabelecer
O domínio português
O Forte fora erguido
Com tamanha hediondez

Em 1776 deram-se as construções
Muralhas de dez metros,
Catorze baluartes
E vinte e quatro canhões

Às margens do Guaporé
Fronteira Brasil com a Bolívia
O Forte também exibe sua beleza
Às margens do Mamoré

Objeto de ganância
Entre as coroas espanhola e portuguesa
No coração da Amazônia
Encontra-se Sua Alteza

A luta de grandes homens
Na Forte edificação
Traduz a história de um povo
De grande convicção

O Príncipe fora cenário
De angústia, dor e sofrimentos
Vivenciadas por um tal Pacheco
Na parede, alguns apontamentos

O Forte não cumpre mais sua função precípua
Esta é uma triste verdade
Mas por ter nascido Príncipe
Não perdeu a majestade.


SONHOS

Neste momento em que escrevo
Começo as minhas indagações
Se sou capaz de sonhar
E todos os sonhos realizar

Sob o efeito de tais pensamentos
Posso mesmo afirmar
Sou patriota e sonhadora
E o meu Brasil sei amar

Sou feliz por ter conhecido
Um certo Policarpo Quaresma
Que não teve medo de ousar
Mas, alguns sonhos, não pode realizar

Sonhou um dia
O nosso país transformar
Começando pela língua
E o nosso jeito de falar

Sugeriu ao presidente
O tupi-guarani oficializar
E como resposta
Mandaram-no internar

Como o personagem de Lima Barreto
Eu também quero mudar
A cara do nosso país
E este, “desamericanizar”

Quero a minha Nação
Com cara de Brasil
A nossa bandeira hasteada
E o grito de “ Pátria amada, mãe gentil!”


EU APRENDI

Que a felicidade é uma conquista,
Ser feliz é uma opção,
Toda rosa tem seus espinhos,
Todo caminho existem pedras.

EU

Conquistei,
Tirei espinhos,
Removi pedras,
Sou feliz.

EU APRENDI...


EPITÁFIO

Quando a minha voz se calar
E os meus olhos não puderem ver
O coração sentir e não poder vibrar
O que o espírito tarda em acreditar

Quando o enunciado do vento
Com seu canto fúnebre e gélido
Entre lágrimas, a partida anunciar
Que é chegada a hora de viajar

Por entre sombras e vales,
Amigos, família, saudade que se faz
No epitáfio, entre flores, os dizeres:
Poetisa dos versos e das liras, aqui jaz!


EMOÇÕES EM PRETO E BRANCO

Tenho medo do advento da noite
Do silêncio, das vozes e até da calma
Tenho medo das sombras, das aflições
E angústias que atormentam a alma

Oh! Noite, tão pesada e longa!
De hora que não quer passar
De mistérios sombrios e profundos
Ao pôr-do-sol quero me associar

Eu quero a companhia das flores
Ver as folhas sob a brisa dançar
Sentir o soprar de grandes ventos
E o chorar das fontes quero escutar

O amanhecer, de manso, se aproxima
E o clarão do dia, começa a chegar
Quero esquecer as sensações noturnas
E as noites negras quero olvidar.


NÃO SOU MARÍLIA

Os meus olhos não espalham luz divina
Os meus cabelos não são fios d’ouro.
Não sou pastora.
Não sou Marília.

Não sou árcade, Gonzaga ou Dirceu
Mas tenho um coração maior que o mundo.
Sou Maria, Joaquina e até Dorotéia mas,
Não sou Marília.

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